2 de maio de 2009

Oniá: oO Murmurador na noite

Vicente Franz Cecim




Fonte dos que dormem


como se fosse uma centelha: } a Transparente


com som de Águas até o afogamento
e Asas cristalinas de Pudor


e O sangue


se desfazendo em lágrima a Gota
onde um relâmpago de patas mais selvagens


e a desabrochando: } a Constelação


suas figuras de Musgo suas serpentes de espinho


e O Jamais se acabar [ Suas Serpentes de Espinhos
de chegar
dAquele
que
Sempre passará


como o Cordão dO Tempo nos Teus Olhos }

















Goya-Curau *













Como uma Construção erguida para baixo


rio em Silêncio, e serpentes: A Palavra
interminavel

mente
calada

mente de Aves Profundas


e um Carrilhão de Luz

soando na Penumbra dos Seus Olhos,

dAquilo que escurece
as manhãs de cinzas
as pedras dos dedos da Oração

quando o mais Alto se ergue

e depõe o Muro Branco das Idades
como Transparência

no deserto Inundado
dos Teus sonhos: Cílio

da Carne,

e Rumor de Bosque Escuro

Curva dos Lábios
que não dizem - Rio

lá, onde
a Água Escura de um Abismo


Aquele que teve os olhos Selados
já não aguarda a Aurora das Virtudes: o Guardião de Sombras



Aurora das virtudes


Quando a terra se abre aos nossos pés,
quando a terra se abriu aos nossos pés

e vindo a ausência da Ausente, veio a Ausência
do ausente

e A que devorávamos na Sombra estava atrasada, e vindo


a que esperávamos estava atrasada



Caminho lento
que a terra ainda não abrira aos nossos pés

ainda Tantas vezes O teu silêncio e a Pálpebra
que não quis nos ver


Tantas vezes o Conselho: Soluça sem espreitas



Tu me nutriste de Escombros,
como uma construção erguida para baixo
não era os passos

Vocação de Olhos mais Escuros
quando a mão se abriu

para tocar O céu



Não eram os Passos dos que vieram antes



Sim


Quando a Árvore sem tréguas descer do céu

como saber: Se um homem vem por degraus

no coração da nave submersa nos Seus Olhos,


antes
que a Inquietante fale as Palavras
mas não após o silêncio das Virtudes

indo
ao Encontro das lápides Flutuantes e das Águas
se erguendo para a Sede

e na penumbra oh na Penumbra
de um Encanto

e
da Esfera tombada no Caminho
por Onde ainda Passam os que passaram antes
Na penumbra oh na Penumbra,

enquanto espera a tempestade, a: Tempestade

nos


Repousos

dos

Teus

Passos



Lodo das espécies


As Catedrais de Luzes já foram semeadas
no Centeio Negro

e não te voltas para colher a Sombra


O
Que Ora está ausente
onde murmura Silêncio a Serpente

Agora aquele que aguardou a Alvura
despertou na névoa e sem olhos

Agora, Aquilo se lançou nas Águas e
sem guelras
Nenhum Cílio

desvia o Pó de um homem das Visões
do Florescer
ao Fenecer
da vida,

indo


tu serás o Escombro de Lágrimas

Canto Mais Impuro
O
cantando
Se um Oceano de pedras descesse
uma palavra Não te espera



Reino que Se curva


Quando a Mente, sem espinhos,
torturou Teu Sangue

veio a lágrima

e O orvalho te doou


O Lago



Na Solidão
se tinge o Lodo


Ainda é a carne a Submersa na pedra
que o teu Dom adormece



Estação das seivas


Não era a Infância ainda,
pois foi antes

Instante

sem tempo, O cancelado instante
de Ressurreições

do Pó


enteNoite
ente de murmúrios: uma semente,
apenas Uma bastaria, Escura

Se
no Silêncio de Seivas em que nasceste

o teu Luar acolhesse a serpente



Corpo nu da Demanda profunda


aquele que Tomba,

quando virá à Tona coberto de Cinzas

quando dará às Fontes suas mãos de Encantos em ruínas até
à Seca folha lágrima Raiz da Desfolhada não nascida

quando dirá ao outroO
nascendo do seu Lado Esquerdo com a ferrugem
das Catedrais partidas
- Busca

O ourO Escuro


para onde, para onde


Irá
indo,
indo

com sua imortalidade de lençóis de Alvura: O naufragado em terra,
caminhando sobre águas brancas que não vê


de despedidas de reencontros de Trevas murmurantes
Pedra de Queda como um fruto; o Fruto O

que alcança a outra margem: Oo

Fervor de Limo
Levanta vôo para baixo


Quando obterá a recusa da Envolvente?

e o Não lhe será um Dom
de Indiferença

que poupará, por Desprezo
que poupará, pelo silêncio




* Adilson Jardim