Doar, a Guenádi Aigui:
De que te vestes e do que te despes/ Sonho: caminho no campo/ Daquele que antes passa não verás nem rastro
doar o centeio negro à claridade das manhãs o que sustenta um homem contra as tempestades não sabe ao certo do que ele é feito e no que se desfaz partes estão sempre desmoronando coisas estão sempre deixando de ser no corredor de ossos O Clarão e mais um filho é devolvido à relva O pavilhão de trevas Quase nunca é preciso soprar as cinzas dos olhos ninguém vem retribuir à terra a água colhida na palma da mão tu não avanças mais cantandohá a impossibilidade da semente vir a se tornar uma floresta sem ressentimentos tu não avanças mais cantando sem notar a caridade dos dias com o direito de ocultar todo horizonte com uma elevação de lágrimas Mas se sabia, desde os primeiros sinais, que não vieram, que os ventos varreriam a terra, cavando, até expor aos nossos olhos as esmeraldas deste funeral as esmeraldas deste funeral o centeio negro à claridade das manhãs já foi doado, e embora vozes se erguessem não deixaste O Doador de Sombras esses clamores vagos clarões Nem nuvem vã desceu até teus olhos os calcanhares com que pisaste o canto dos que se erguiam em bando em defesa dos dias e o leito de sombras foi armado lá ondedo Alto semeamos ossos As doações o que sustenta um homem contra as tempestades não sabe ao certo do que ele é feito e no que se desfaz Ah de quem foi este pé que se recusa a dar um passo ah essas mãos trêmulas depostas aos nossos pés Do Alto, semeando ossos As doações nós nos dizíamos Eis o beber a seiva derramada O Pontilhão Escuro está cantando ao vento: um dia a água do corpo correrá ao contrário, vindo ao teu encontro, e tuas aves serão feitas de terra Eis o beber a seiva derramada ah de quem foi este pé que se recusa a dar um passo Mas a criança há de nascer mais antiga sob um sol de cinzas se desfazendo sobre nós partes estão sempre desmoronando somos, em nós, as doações recentes, as recém-nascidas doações estão sonhando, indo para o mais antigo Campo de Miragens nu O Doador de Véus E o mais antigo desmorona aos nossos pés se se recusam a dar um passo antigo se tudo passa, o lentamente, em nós coisas estão sempre deixando de ser Se as Fontes imóveis de repente cantassem em nós ah, as cantantes caladas oh se cantassem de repente A verdade é que o pé tateia o limo a mão espera o líquen dos afagos E tudo bem silenciosamente Este desejo é longo quando passo através da opaca cintilância Ah, a Opaca cintilância desses filhos mortos semeados pela relva quando passo no corredor de ossosum olho ainda cintila a Lã que ama o fogo sem balir O Clarão o fogo-fátuo destas fontes Eis o beber a Seiva, a seiva derramada A água do corpo não correrá ao contrário em nós tremia um mineral profundo e mais um filho é devolvido à relva quando menos se esperava tanto espanto A Voz soluça entre gorjeios Quem sabe a santidade ser O osso leve de um filho devolvido à Relva O pavilhão de trevas está se abrindoDobrados diante dele joelhos de fruta Para colher a melhor flor da estação, quantas sementes esperando a Seiva lenta, aguardando um pranto Quase nunca é preciso soprar as cinzas dos olhos Quase nunca é preciso lançar ossos no abismo Estamos sempre dispostos a temer as manhãs estamos sempre nas manhãs, tremendo ninguém vem retribuir à terra a água Colhido na palma da mão tem um abismo É essa a fonte do coração oco entre miragens Tomo, de ti, a tua mão na minha Estas ruínas ficam bem caladas quando passo doar o centeio negro à caridade das manhãsSe doendo sem dOr partes se dando: Do Corpo do poema em si, ao fora de si, ao Que?m buscando Em sonhos, a Margem brandamente escurecida sem o direito de ocultar a caridade dos dias mas com direito a vislumbrar todo o horizonte velado, a Elevação de Lágrimas Fonte do coração, do Oco entre miragens as esmeraldas neste funeral As esmeraldas deste funeral
De que te vestes e do que te despes/ Sonho: caminho no campo/ Daquele que antes passa não verás nem rastro
doar o centeio negro à claridade das manhãs o que sustenta um homem contra as tempestades não sabe ao certo do que ele é feito e no que se desfaz partes estão sempre desmoronando coisas estão sempre deixando de ser no corredor de ossos O Clarão e mais um filho é devolvido à relva O pavilhão de trevas Quase nunca é preciso soprar as cinzas dos olhos ninguém vem retribuir à terra a água colhida na palma da mão tu não avanças mais cantandohá a impossibilidade da semente vir a se tornar uma floresta sem ressentimentos tu não avanças mais cantando sem notar a caridade dos dias com o direito de ocultar todo horizonte com uma elevação de lágrimas Mas se sabia, desde os primeiros sinais, que não vieram, que os ventos varreriam a terra, cavando, até expor aos nossos olhos as esmeraldas deste funeral as esmeraldas deste funeral o centeio negro à claridade das manhãs já foi doado, e embora vozes se erguessem não deixaste O Doador de Sombras esses clamores vagos clarões Nem nuvem vã desceu até teus olhos os calcanhares com que pisaste o canto dos que se erguiam em bando em defesa dos dias e o leito de sombras foi armado lá ondedo Alto semeamos ossos As doações o que sustenta um homem contra as tempestades não sabe ao certo do que ele é feito e no que se desfaz Ah de quem foi este pé que se recusa a dar um passo ah essas mãos trêmulas depostas aos nossos pés Do Alto, semeando ossos As doações nós nos dizíamos Eis o beber a seiva derramada O Pontilhão Escuro está cantando ao vento: um dia a água do corpo correrá ao contrário, vindo ao teu encontro, e tuas aves serão feitas de terra Eis o beber a seiva derramada ah de quem foi este pé que se recusa a dar um passo Mas a criança há de nascer mais antiga sob um sol de cinzas se desfazendo sobre nós partes estão sempre desmoronando somos, em nós, as doações recentes, as recém-nascidas doações estão sonhando, indo para o mais antigo Campo de Miragens nu O Doador de Véus E o mais antigo desmorona aos nossos pés se se recusam a dar um passo antigo se tudo passa, o lentamente, em nós coisas estão sempre deixando de ser Se as Fontes imóveis de repente cantassem em nós ah, as cantantes caladas oh se cantassem de repente A verdade é que o pé tateia o limo a mão espera o líquen dos afagos E tudo bem silenciosamente Este desejo é longo quando passo através da opaca cintilância Ah, a Opaca cintilância desses filhos mortos semeados pela relva quando passo no corredor de ossosum olho ainda cintila a Lã que ama o fogo sem balir O Clarão o fogo-fátuo destas fontes Eis o beber a Seiva, a seiva derramada A água do corpo não correrá ao contrário em nós tremia um mineral profundo e mais um filho é devolvido à relva quando menos se esperava tanto espanto A Voz soluça entre gorjeios Quem sabe a santidade ser O osso leve de um filho devolvido à Relva O pavilhão de trevas está se abrindoDobrados diante dele joelhos de fruta Para colher a melhor flor da estação, quantas sementes esperando a Seiva lenta, aguardando um pranto Quase nunca é preciso soprar as cinzas dos olhos Quase nunca é preciso lançar ossos no abismo Estamos sempre dispostos a temer as manhãs estamos sempre nas manhãs, tremendo ninguém vem retribuir à terra a água Colhido na palma da mão tem um abismo É essa a fonte do coração oco entre miragens Tomo, de ti, a tua mão na minha Estas ruínas ficam bem caladas quando passo doar o centeio negro à caridade das manhãsSe doendo sem dOr partes se dando: Do Corpo do poema em si, ao fora de si, ao Que?m buscando Em sonhos, a Margem brandamente escurecida sem o direito de ocultar a caridade dos dias mas com direito a vislumbrar todo o horizonte velado, a Elevação de Lágrimas Fonte do coração, do Oco entre miragens as esmeraldas neste funeral As esmeraldas deste funeral
De: Viagem a Andara oO livro invisível