10 de julho de 2009

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Vincente Van Gogh




Presente em tudo e sempre oculto, serpente
verde e imóvel entre a folhagem, imagem

que não se vê nem ouve-se mas sente-se
perpassar todas as formas que armam

nosso breve arco riscado à giz de nuvem
sobre a impalpável escuridão do mundo

Enigma. da superfície ao fundo, vulto
transparente atravessando o véu do tempo,

reunindo, em sua única voz todas as vozes
do vento, céu vazio, rio sem foz e nascimento,

círculo invisível em volta de seu próprio
mistério – eterno, terreno, intocável, aéreo,

o silêncio, Deus da poesia, diz mais um dia



Antonio Moura