25 de agosto de 2009

Movimento na paisagem invisível

Nilson Oliveira




Encontramos na viagem de Vicente Franz Cecim a paisagem de um livro só, mas a constituição desse livro é tão intensa que percorre toda uma vida, ou seja, é constituída a partir de um tempo, logo, é atravessada por uma duração. Nessa esfera O Livro erige suas próprias formulas fraturando os sintomas do momento, embarcando num tempo ontológico, dilatando de um lugar a outro, constituindo o infinito de uma viagem que se revela por o nome de Andara. Espaço onde se desmarcam todos os espaços, grau zero da escrita, onde tudo recomeça na diferença, engendrando uma geografia imaginária, numa escrita que se faz e refaz continuamente. É por vezes “K O escuro da semente”, noutras “Ó Serdespanto” ou “O Livro invisível”; tudo forma uma imensa constelação, onde seu arquiteto desaparece no branco das suas páginas, mas renasce com mais saúde na penumbra da paisagem seguinte.