3 de março de 2011

Benedito Nunes: O Sábio Jovial






Um homem sábio e amigo de todos. Assim o escritor Vicente Franz Cecim se referiu a Benedito Nunes após a solenidade na Igreja de Santo Alexandre. “Era um amigo sábio, muito generoso, fiel, alegre, e que nos deixava alegres. Perto dele nos sentíamos como num ninho, abrigados e alimentados. Do centro, onde ele estava, captava os saberes, a luz, o conhecimento, e nos alimentava”. Todos os depoimentos sobre Benedito Nunes destacaram sua simplicidade. Para Vicente Cecim, essa era uma de suas características mais marcantes. “Benedito saiu da vida material como uma criança, mais simples do que quando nasceu. Tinha uma sabedoria autêntica, sem nenhuma vaidade, e nos inspirava amor, gratidão e admiração”. Cecim observou que nem sempre Benedito Nunes conversava sobre “coisas sérias”, por nunca ter separado o saber elevado do saber cotidiano. “Falávamos do saber, da filosofia, da arte, mas também de coisas tolas, do cotidiano, com espontaneidade”. Para o escritor paraense, o filósofo faz agora “um retorno à origem”. “Não vejo a morte como um fechamento, mas uma grande abertura para o cosmos, para o universo. É certo que uma parte fica na Terra, mas cessam todas as limitações que ainda pudessem existir para um homem”.


Vicente Franz Cecim/DIÁRIO DO PARÁ,1/3/2011