11 de novembro de 2009

Rimbaud: Tempo de Assassinos I: de Crianças



























Crianças vítimas dos vícios de adultos/Mikhail Shemiokin


Mundo faz 195.000.000 crianças vítimas da desnutrição


Chefes de Estado se preparam para a Cúpula sobre Segurança Alimentar em Roma, entre 16 e 18 de novembro de 2009.

Os discursos não irão alterar o estado de coisas.

O novo relatório da Unicef-Fundo das Nações Unidas para a Infância agora divulgado informa: Cerca de 195.000.000 de crianças com até 5 anos em países em desenvolvimento sofrem problemas graves de crescimento.

A causa: Desnutrição.

Unicef: Há nesses países também 129 milhões de crianças abaixo do peso na mesma faixa etária.

Unicef: A diferença nos números indica que algumas crianças podem estar recebendo alimentos de baixa qualidade, que as deixa com o peso aceitável, mas compromete seus crescimentos.

Unicef: Um terço da mortalidade infantil em crianças até cinco anos em países em desenvolvimento tem relação com a desnutrição.

136 países em desenvolvimento foram analizados.

África: A região do mundo com os piores resultados.

Brasil: O país sul-americano com o maior número de crianças desnutridas.



- Celui le temps des assassins/Arthur Rimbaud


4 de novembro de 2009

Scherazade na Amazônia: Yara Cecim







Lendário reúne os contos completos de Yara Cecim.






Mãe & Filho: Yara e o escritor Vicente Franz Cecim
A Literatura Paraense de Yara Cecim
Sámela Ramos



Yara Cecim nasceu na Amazônia, Brasil, no dia 13 de maio de 1916, no sítio Caxambu, às margens do rio Tapajós, no município de Santarém e feneceu em 23 de outubro de 2009, aos 94 anos, em Belém do Pará.
O nome da escritora, Yara, significa em tupi mãe d’água, nome que a identifica com sua obra literária, que revela a valorização sem igual dos mistérios que rondam nosso imaginário.
A escritora estreou na literatura só aos sessenta anos de idade, demonstrando que sua convivência com os mitos e lendas da região, tornaram-na uma excelente contadora de histórias, que reverte a tradição oral dos povos amazônidas para a literatura culta, transmitindo-as, assim, às novas gerações.
O ambiente em que cresceu Yara foi extremamente propício para aguçar a sua obra literária, pois em meio aos rios, as cidades ribeirinhas, as rodas de amigos que se reuniam à frente de sua casas para ouvir as estórias e “causos”, a autora cria sua arte a partir da beleza e inventividade das narrativas encantadas da região.
Infelizmente, pouco conhecemos desta tão brilhante escritora, sua obra quase não é lembrada nem entre nós, seus próprios conterrâneos. Sua colaboração ao folclore da região é muito significativa, pois sua obra literária registra as narrativas do mundo Amazônico que muitos não conhecem. Os seres encantados, como a iara, curupira, jurupari, cobra grande, parte do nosso imaginário, são temas indispensáveis nos contos de Yara Cecim. A leitura de suas narrativas nos mostram a genialidade de sua obra que atrai atenção do leitor.

A produção de Yara Cecim em ficção e poesia está reunida em cinco livros. Em 2004, lançou pela editora Cejup, “Lendário – Contos Fantásticos da Amazônia ” (seus contos completos, antes lançados nos livros “Taú-Taú e Outros contos Fantásticos da Amazônia” e "História Daqui e Dali"), uma coletânea que possui lindos contos extraídos do mundo amazônico, numa narratividade singular dos mistérios e do miticismo de nossa região.

Seu filho, o também escritor Vicente Franz Cecim, foi um dos maiores incentivadores para que Yara Cecim escrevesse suas famosas histórias, que ele já ouvia desde criança contadas pela própria mãe. Isso rendeu a ela os prêmios de literatura “Samuel MacDowell” e “Terêncio Porto”, promovidas pela Academia Paraense de Letras.
A escritora Yara Cecim é um exemplo dentre os nossos grandes literários amazônicos, que precisa ser apreciada e lida, sua obra não será esquecida, mas ficará na memória dos amantes da boa literatura de expressão amazônica.

Texto originalmente publicado em 28 de julho de 2008



Obras de Yara Cecim (1916>2009)

Ficção:
Lendário – Contos Fantástico da Amazônia (Cejup, Belém do Pará, 2004)
Taú-Taú e Outros Contos Fantásticos da Amazônia (Cejup, Belém do Pará, 1989)
Histórias Daqui e Dali (Cejup, Belém do Pará, 1993)
Poesia:
Arabescos (Cejup, Belém do Pará, 1991)
Folhas de Outono (Edição do Autor, 1983/ Cejup, Belém do Pará, 1997)


2 de novembro de 2009

Nietzsche: Os Espíritos Livres


Tarkovski


Antonioni


Huineng









Dom Quixote & Sancho









Amigos Sufi




Schopenhauer









Shitao




Alquimista de Andara















Li Pó



Van Gogh

Whitmann



















Vallejo






Pessoa














Rumi









Rulfo




















Homem contra tanques na Praça Vermelha, China






Magritte



















Michael Jacson





















Paul Éluard


























Ernst















Krishnamurti







Kafka





















Bruno & Arthur Cecim









Dostoiesvski










Jung & Eliade











Francisco de Assis








Coltrane









Celan









Beckett









Bach



Friedrich Nietzsche


E quem advinha ao menos em parte as conseqüências de toda profunda suspeita, os calafrios e angústias de isolamento, a que toda incondicional diferença do olhar condena quem dela sofre, compreenderá também com que freqüência, para me recuperar de mim, como para esquecer-me temporariamente, procurei abrigo em algum lugar – em alguma adoração, alguma inimizade, leviandade, cientificidade ou estupidez; e também por que, onde não encontrei o que precisava, tive que obtê-lo à força de artifício, de falsifica-lo, de cria-lo poeticamente para mim (- que outra coisa fizeram sempre os poetas? Para que serve toda a arte no mundo?) Mas o que sempre necessitei mais urgentemente, para minha cura e restauração própria foi a crença de não ser de tal modo solitário, de não ver assim solitariamente – uma mágica intuição de semelhança e de afinidade de olhar e desejo, um repousar na confiança da amizade, uma cegueira a dois sem interrogação nem suspeita, uma fruição de primeiros planos, de superfícies, do que é próximo e está perto, de tudo o que tem cor, pele e aparência.

Humano Demasiado Humano

1

- Foi assim que há tempos, quando necessitei, inventei para mim os "espíritos livres", aos quais é dedicado este livro melancólico-brioso que tem o titulo de Humano Demasiado Humano: não existem esses "espíritos livres", nunca existiram – mas naquele tempo, como disse, eu precisava deles como companhia, para manter a alma alegre em meio a muitos males ( doença, solidão, exílio, acedia, inatividade): como valentes confrades fantasmas com os quais proseamos e rimos....