2 de novembro de 2009

Nietzsche: Os Espíritos Livres


Tarkovski


Antonioni


Huineng









Dom Quixote & Sancho









Amigos Sufi




Schopenhauer









Shitao




Alquimista de Andara















Li Pó



Van Gogh

Whitmann



















Vallejo






Pessoa














Rumi









Rulfo




















Homem contra tanques na Praça Vermelha, China






Magritte



















Michael Jacson





















Paul Éluard


























Ernst















Krishnamurti







Kafka





















Bruno & Arthur Cecim









Dostoiesvski










Jung & Eliade











Francisco de Assis








Coltrane









Celan









Beckett









Bach



Friedrich Nietzsche


E quem advinha ao menos em parte as conseqüências de toda profunda suspeita, os calafrios e angústias de isolamento, a que toda incondicional diferença do olhar condena quem dela sofre, compreenderá também com que freqüência, para me recuperar de mim, como para esquecer-me temporariamente, procurei abrigo em algum lugar – em alguma adoração, alguma inimizade, leviandade, cientificidade ou estupidez; e também por que, onde não encontrei o que precisava, tive que obtê-lo à força de artifício, de falsifica-lo, de cria-lo poeticamente para mim (- que outra coisa fizeram sempre os poetas? Para que serve toda a arte no mundo?) Mas o que sempre necessitei mais urgentemente, para minha cura e restauração própria foi a crença de não ser de tal modo solitário, de não ver assim solitariamente – uma mágica intuição de semelhança e de afinidade de olhar e desejo, um repousar na confiança da amizade, uma cegueira a dois sem interrogação nem suspeita, uma fruição de primeiros planos, de superfícies, do que é próximo e está perto, de tudo o que tem cor, pele e aparência.

Humano Demasiado Humano

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- Foi assim que há tempos, quando necessitei, inventei para mim os "espíritos livres", aos quais é dedicado este livro melancólico-brioso que tem o titulo de Humano Demasiado Humano: não existem esses "espíritos livres", nunca existiram – mas naquele tempo, como disse, eu precisava deles como companhia, para manter a alma alegre em meio a muitos males ( doença, solidão, exílio, acedia, inatividade): como valentes confrades fantasmas com os quais proseamos e rimos....